sábado, 26 de novembro de 2011

A Tormenta (White Squall, 1996)


Assisti esse filme nos cinemas em 1996 quando foi lançado, na época tínhamos o jovem ator Scott Wolf que fazia sucesso com a série O Quinteto (Party of Five) e claro o ator veterano Jeff Bridge.
O filme diz ser baseado em fatos. No dia 2 de maio de 1961 a embarcação Albatross com 13 estudantes mais o capitão Christopher B. Sheldon, sua esposa Alice Strahan Sheldon e o professor de inglês foram atingidos por uma tempestade que da o título do filme (White Squall), afundando a embarcação levando a morte de alguns tripulantes.

 Porém, a história contada pelo diretor Ridley Scott é totalmente fictícia, com exceção do capitão sua esposa e o personagem de Scott Wolf e o professor. Os eventos que decorrem durante todo filme é puro roteiro.
Mas não tira a grassa de assistir a um bom filme, que tem uma fotografia muito bonita e cenários igualmente belos.

Christopher B. Sheldon

Christopher B Sheldon, nasceu no dia 12 de  outubro de 1926,  morreu de câncer aos 76 anos.

"Eu assisto o filme duas vezes, na segunda vez eu sai da sala quando o barco afundava" 

domingo, 6 de novembro de 2011

As Aventuras Do Caça Feitiço Livro V O Erro (Tradução capítulo 1)

As Aventuras do Caça Feitiço

Livro V

O Erro

Carregando meu cajado eu fui direto à cozinha e peguei um saco vazio. Em menos de uma hora ficaria escuro, seria tempo o suficiente de eu ir até a vila e pegar o suprimento da semana. Tudo que restava eram ovos e um pequeno pedaço de queijo do Condado.

Dois dias antes o Caça Feitiço tinha ido ao sul enfrentar um irritante Boggard. Essa era a segunda vez que meu mestre partira em uma missão sem mim. Toda vez ele dizia que era uma rotina, nada que eu não tivesse visto antes no meu aprendizado. Seria mais conveniente para eu, ficar em casa praticando o meu Latim e botar em dia meus estudos. Eu não discuti, mas não era a melhor coisa que me satisfazia. Eu achava que havia uma outra razão pra ele me deixar para trás. Ele estava tentando me proteger.

No fim do verão, as feiticeiras de Pendle tinham convocado o maligno para o nosso mundo, ele era o mal em carne. O demônio em pessoa. Por dois dias elas tiveram o controle sobre ele, ordenado-o que me matasse. Eu me refugiei em um quarto que minha mãe havia preparado para mim, foi isso o que me salvou. Agora o maligno fazia sua própria vontade. Mas não havia certeza se ele iria me caçar novamente. Era uma coisa que eu evitava ficar pensando. Uma coisa era certa: Com o maligno solto o Condado estava tornando-se um lugar cada vez mais perigoso-especialmente para aqueles que enfrentam as forças das trevas. Mas isso não significava que eu deveria me esconder do perigo para sempre. Agora, eu era apenas um aprendiz, mas um dia eu seria um Caça Feitiço e teria que assumir alguns riscos como o meu mestre John Gregory. Eu apenas queria que ele visse dessa forma também.

Caminhei em direção do quarto ao lado, onde Alice trabalhava duro, copiando um livro da biblioteca do Caça Feitiço. Ela veio de uma família de Pendle e recebeu durante dois anos, treinamento em magia negra da sua tia Bonnie Ossuda, a malévola feiticeira que agora estava a salva confinada em uma cova no jardim do Caça Feitiço. Alice havia me metido em muitos problemas, mas eventualmente ela se tornou minha amiga. Mas agora estava morando comigo e meu mestre, fazendo cópias de seus livros para ganhar o seu sustento.

Alice estava sentada na mesa, com caneta em mãos, dois livros abertos a sua frente, em um deles ela escrevia cuidadosamente. Copiando exatamente um do outro. Ela olhou para mim e deu um sorriso. Eu nunca a vi com a expressão tão bonita. A luz da vela iluminava seus grossos cabelos pretos e suas bochechas. Mas quando ela viu que eu estava vestindo meu casaco, ela sorriu de alegria e largou a caneta no mesmo instante.

‘Eu vou sair, vou a vila pegar suprimentos, ’ ‘Eu disse a ela’.

‘Você não precisa fazer isso Tom’ Ela protestou, sua preocupação era visível no rosto e na sua voz. ‘Eu vou enquanto você continua com os seus estudos.’

Sua intenção era boa, mas suas palavras me deixaram zangado. Eu tive que morder meus lábios para não dizer algo desagradável. Alice era como o Caça Feitiço-superprotetora.

‘Não Alice’ Eu falei firmemente. ‘Eu fiquei preso nessa casa durante semanas, eu preciso caminhar um pouco para tirar as teias de aranha da minha cabeça. Estarei de volta antes do anoitecer.’

‘Pelo menos me deixe ir com você, Tom. ‘Eu posso muito bem da uma parada. Estou cansada de ficar vendo a poeira desses livros. Eu não fiz nada esses dias, a não ser escrever nesses livros!’.

Eu franzi a testa. Alice não estava sendo honesta, e isso me irritou. ‘Na verdade você não quer ir caminhar comigo até a vila, você quer? Está uma tarde friorenta e úmida. Você está agindo como o Caça Feitiço. Você acha que eu não estarei a salvo lá fora sozinho. Eu não agüento isso!’

‘Você não agüenta isso Tom. É o maligno que está lá fora, não é?’

‘Se o maligno vier atrás de mim, não haverá muito que eu possa fazer. Não faria muita diferença se você estiver comigo ou não. Nem mesmo o Caça Feitiço seria capaz de ajudar.’

‘Mas não é apenas o maligno, é Tom? Agora, o Condado possui muitos lugares perigosos. Não só nos apenas nos lugares mais sombrios, há também ladrões e grandes desertos. Tem muitas pessoas passando fome. Muitas delas seriam capazes de cortar sua garganta, para roubar a metade das coisas que você tem nessa sacola!’

O Condado inteiro está em guerra, mas seria pior para nós se fossemos para o sul, com essas notícias de terríveis batalhas e derrotas, agora os fazendeiros estão pagando dízimos para a igreja, metade de suas colheitas que restaram foi enviada para alimentar o exercito. Isso causou a falta dela, levado as pessoas a migrarem para o sul da costa a procura de comida. As pessoas mais pobre estão a beira da morte. Embora houvesse muita verdade em o que Alice estava dizendo, eu não ia deixar que ela me fizesse mudar de idéia.

‘Não, Alice, eu vou ficar bem. Não se preocupe. Eu estarei de volta antes do anoitecer.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, eu fui embora. Passei pelo jardim e logo eu já estava passando pelo caminho que levava a vila. O clima do outono havia se tornado frio e úmido, mesmo assim ainda era melhor do que estar nos confins daquela casa. As cinzentas criaturas sobrenaturais de Chipenden eram visíveis e estavam nos telhados. Eu estava passando pela principal ladeira de pedras.

A vila estava mais tranqüila do que costumava estar no verão. Antes das coisas terem começado a se deteriorarem. Foi quando eu me deparei com uma mulher que lutava para carregar sua cesta cheia de compras. Agora restavam poucas pessoas, eu entrei no açougue, foi quando eu percebi que eu era o único cliente.

‘O Senhor Gregory pedi o de costume, ’ Eu disse para o açougueiro. Ele era um homem bem largo, de cara vermelha e uma barba ruiva. Houve uma época em que ele era a alma e a vida de sua loja, dizendo piadas e divertindo os seus clientes, Mas agora sua feição era sombria, e muito da sua vida parecia ter se dizimada.

‘Lamento, rapaz, mas eu não tenho muito para você hoje. Duas galinhas e algumas fatias de bacon, é tudo que eu posso lhe oferecer. Tem sido difícil manter as coisas por de baixo dos panos pra você. Talvez seja melhor você vir amanhã pela tarde. Fiz que sim com a cabeça, coloquei os suprimentos no saco, pedi a ele que pendurasse na conta, e fui embora para a loja de verduras, lá foi um pouco melhor. Havia batatas e verduras, mas não o suficiente para durar a semana. Quanto às frutas o dono da mercearia apenas forneceu três. Seu conselho também foi o mesmo tentar amaná, se desse sorte ele teria mais.

Na padaria eu comprei alguns filões de pães, sai dela com um saco amarrado, carregando sobre meus ombros. Foi quando eu vi alguém que me observava do outro lado da rua. Era uma criança magrela, um garoto que não tinha mais de quatro anos, com os olhos esbugalhados de fome. Senti pena dele. Caminhei em sua direção, peguei uma maça de dentro do saco. Ele quase a tomou de minha mão, sem dizer uma palavra de gratidão, deu as costas e voltou para dentro de casa.

Dei os ombros e sorri. Ele precisava dela mais do que eu. Voltei para a colina. Caminhando para a aconchegante casa do Caça Feitiço. Assim que eu cheguei nos limites da vila. O caminho de pedras deu lugar à lama, comecei a ficar de mau humor. Havia alguma coisa que não estava certo. Não era aquele sentimento de frio intenso que me alertava de que alguma coisa das trevas estava se aproximando. Mas definitivamente era uma coisa preocupante. Meus instintos estavam me alertando do perigo.

Fiquei olhando para trás, quando percebi que alguém me seguia. Poderia ser o maligno, estariam o Caça Feitiço e Alice me seguido durante todo o caminho? Eu dei uma acelerada nos meus passos, a chegar ao ponto de quase correr. Nuvens escuras estavam passando sobre mim, restando apenas menos de uma hora para o sol se pôr.

‘Sai dessa!’ Eu disse para mim mesmo. ‘Você está apenas pensando no pior.’

Um pequeno caminho sobre a colina me levou até o jardim e com mais cinco minutos eu estaria são e salvo a casa do meu mestre. Mas de repente eu fui interrompido. No fim da travessa havia uma pessoa esperando sobre as sombras das árvores.

Dei alguns passos com hesitação, foi quando eu percebi que era mais de uma pessoa. Quatro homens robustos e um rapaz estava olhando na minha direção. O que eles queriam? De repente me veio aquela sensação de perigo. Por que quatro estranhos estavam à espreita da casa do Caça Feitiço. Será que eram ladrões?

Assim que fui chegando mais perto, fui me acalmando. Eles permaneceram escondidos por trás das árvores em vês de me interceptarem no caminho. Eu fiquei pensando em acenar com a cabeça e dar meia volta, mas então, achei melhor continuar andando e ir a direção dos desconhecidos. Assim que passei por eles foi um alívio, mas então ouvi um barulho atrás de mim. Parecia o barulho de uma moeda batendo em uma pedra.

Eu fiquei pensando se tinha um buraco no meu bolso e por isso as moedas do meu troco tinham caído. Mal me virei para trás para olhar pro chão. Um homem saiu de trás da árvore e ficou de joelhos, pegando alguma coisa. Ele olhou para mim, com um sorriso amigável.

‘Isso é seu garoto?’ Perguntou ele apontando a moeda para mim.

A verdade é que eu não tinha tanta certeza assim, mas eu estava quase certo de que alguma coisa havia caído do meu bolso. Então coloquei minha sacola e meu cajado no chão, então enfiei minha mão esquerda no meu bolso, para tirar minhas moedas e contá-las. Mas de repente eu senti a moeda firmemente na minha mão direita, olhei para baixo e para minha surpreso, eu realmente estava segurando-a. Eu sabia que não poderia ser nenhuma das moedas do meu troco. Eu fiz que não com a cabeça.

‘Não é minha’. Eu disse sorrindo.

‘Bem, garoto agora é sua garoto, você aceitou.’ ‘Não é isso, rapazes?’

Seus amigos saíram de detrás das árvores. Meu coração foi parar na boca. Todos eles estavam vestindo roupas do exercito e carregando bolsas sobre as costas. Eles também estavam armados, até mesmo o rapaz. Três deles carregavam stout clubs e uma tira no corpo que carregava uma faca.

Espantado, eu me virei de volta para o homem que segurava a moeda. Ele estava de pé, agora era possível enxergá-lo melhor. Seu rosto estava bem desgastado, de olhar estreito e cruel; havia cicatrizes na sua testa e na bochecha direita. Ele obviamente deve ter vivenciado muitos problemas. Ele também tinha uma patente militar sobre seu ombro esquerdo e uma espada presa no seu cinto. Eu estava diante de um exercito que recruta a força. A guerra estava cada vez pior esses homens vêm viajando todo o condado. Obrigando os homens e os garotos contra suas vontades a entrarem no exercito, substituindo aqueles que foram mortos em combate.

‘Essa é a moeda inglesa que você acabou de aceitar!’ Disse o homem, rindo e zoando.

‘Mas eu não aceitei’ Falei em sinal de protesto. ‘Você disse que era minha, eu apenas estava checando meu troco.’

‘Não use desculpas, garoto.’ Nós todos vimos o que aconteceu, não foi rapazes?’

‘Sm dúvida’, Disse a corporação fazendo um círculo a minha volta, bloqueando qualquer chance minha de escapar.

‘Por que ele se veste como um padre?’Perguntou o rapaz, que não devia ser um ano mais velho do que eu.

O sargento dando uma risada, baixou-se e pegou meu cajado.

‘Ele não é um padre, jovem Toddy! Na reconhece um aprendiz de Caça Feitiço quando vê um? Eles tomam seu dinheiro suado, para manter as feiticeiras afastadas. É isso que eles fazem. Há muitos tolos malucos o suficiente em pagá-los!’

Ele passou meu cajado para Toddy ‘Segure isso!’ Ele ordenou. ‘Ele não vai mais precisar disso, será útil como lenha. nada mais!’ Depois ele pegou meu saco de comida e deu uma espiada por dentro. ‘Há comida o suficiente aqui para encher nossas barrigas esta noite, rapazes.’ Ele explicou. Sua feição brilhava. ‘Confiem no seu brudente sargento’ ‘Eu estava certo, não foi, rapazes?’ Peguem ele, vamos voltar a colina, em vez de descermos! Valeu a pena esperar!

Naquele momento, onde eu estava completamente cercado, eu me vi sem esperança alguma de escapar daquela situação. Eu sabia que já havia escapado de situações piores, às vezes das garras daqueles que praticam magia negra. Eu decidi esperar pelo momento certo. Eu esperei pacientemente enquanto o cabo tirava uma extensa corda de sua bolsa e amarrava minhas mãos atrás das minhas costas. Feito isso, ele me girou para o lado oeste e me empurrou de forma grosseira pelas costas para que eu andasse. Nós começamos a marchar. Teddy carregava o saco de suprimentos.

Nós caminhamos por quase uma hora, primeiro para o oeste depois para o norte. Meu palpite é que eles não sabiam qual fora à direção que seus companheiros haviam tomado.Eu não estava com presa em segui-los. Sem dúvida nós estávamos indo para Sunderland. Eles me colocaram em um barco para ir ao sul, onde o exercito estava lutando. Por mais tempo que essa jornada levaria. Mais esperança eu tinha de escapar.

Eu precisava escapar, ou meus dias com aprendiz de Caça Feitiço estavam encerrados